FILHOS - UMA AVENTURA

Tudo começa com um turbilhão de alegrias e medos inconstantes.  É a vida surgindo dentro de nos. Renascendo. Somos pais.
Dai Sentimos um medo, uma insegurança, sentimos até saudade de quando éramos filhos.
Era simples, alegre, e a preocupação era apenas com o que vestir na festa, no final de semana.
O tempo passa e essas criaturinhas enchem a vida da gente de alegria, de incertezas...
É o amor, sabemos exatamente como nossos pais se sentiram...
Os primeiros passos, as primeiras palavras, o primeiro dias da escola.
Sentimos como se nascêssemos novamente e morrêssemos quando nos separamos deles
É uma alegria dentro de casa, dentro da alma.
Quando o amanhecer da infância chega ilumina nossos dias
Crescem como o alvorecer...
De repente chegam com ideias novas que não são suas e você percebe que já não querem mais estar debaixo das suas asas... Querem voar, voar, voar e voar cada vez mais alto.
E a gente sente um nó na garganta, uma dor no peito, uma saudade... E percebe que a tão esperada e temida hora chegou!
E o primeiro dia do resto de nossas vidas começou...
E quando tudo parecia estar no lugar... Tudo desmorona, vira uma loucura.
Os filhos já não são nossos... São da vida, são do mundo.
Já não querem mais passear conosco. Querem os amigos da escola, da rua, do prédio.
Estar com os amigos é a melhor coisa do mundo, seus heróis agora são os valentes e corajosos amigos.
E você agora não mais levanta para olha-los na cama durante a noite, agora você nem vai para cama!
Fica no sofá esperando que voltem cheios de alegria, aquela alegria que faz com que percamos o folego e agradeçamos a Deus por isso.
Ou quantas noites cochiladas no banco do carro...esperando a festa acabar ou quem sabe resolverem que já deu é hora de ir para casa!
É agora eles cresceram...Os  beijos já nãoso só são nossos, carinhos, lugares que já não nos cabem, sonhos que não fazemos parte.
Dai percebemos que aquela tranquilidade tão desejada já não é mais tão desejada.
Que dormir até mais tarde já não é tão importante.
Que a casa cheia estava mesmo cheia de alegria.
Percebemos que estamos com mais tempo para viver, passear, trabalhar...
Percebemos que temos todo o tempo do mundo para nós mesmos... Mas percebemos também que estamos mais tristes, mais vazios e o que fazer?
Passear para onde? Para que? Sozinhos?
Ainda temos tanto para falar, mostrar, ensinar...
Nossos filhos eram nosso tempo, nossa conexão com o presente, nos mantinha alertas, firmes no caminho.
E dai depois de tudo pronto, temos que recomeçar traçar novos planos, novas estruturas, novas trajetórias.
Mas não somos mais pais...temos agora de nos transofrmar em amigos, diferentes dos outros amigos, eu sei, mas amigos...
Amigos dos amigos!
Amigos caretas, vigilantes, cansados, saudosos!
Eles cresceram....
Cresceram e ainda temos tanta vontade de apertar, colocar no colo, buscar, levar.
Mas agora são eles quem nos levam, nos buscam, estão no comando do presente e do futuro que nos espera.
O que fazer?
Ninguém sabe dizer com certeza!
Então nos resta viver, andar para frente e agradecer a Deus por tê-los confiado a nós nessa longa jornada da vida e torcer para que sejam felizes, assim como nos fazem feliz simplesmente por existirem.

Fátima Venzi de Lima Esteves
BSB, maio de 2015.
 

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